Caso veio à tona na semana passada. À polícia, homem de 20 anos alegou desconhecer idade dos jovens, mas confirmou que ofereceu dinheiro e que manteve relação sexual com um deles.
O Shopping Parque das Bandeiras, em Campinas (SP), confirmou na noite desta segunda-feira (15) que fará rescisão do contrato com o Las Vegas Circus, instalado na área interna do centro de compras e onde um susposto funcionário teria cometido estupro de vulnerável contra dois adolescentes, de 13 e 14 anos, em 9 de maio. O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil no dia posterior.
“O processo de rescisão contratual com o circo segue em andamento para conclusão o mais breve possível. O empreendimento reforça que está à disposição das autoridades para o esclarecimento do caso”, diz nota da assessoria ao mencionar que o shopping ainda não recebeu solicitação judicial para fornecer imagens gravadas internamente para a investigação.
A defesa do circo, em contrapartida, informou à EPTV, afiliada da TV Globo, que até o momento não foi procurada pela direção do shopping para qualquer tipo de rescisão contratual. Confira abaixo íntegra.
O Las Vegas Circus diz não reconhecer o acusado como funcionário, enquanto o centro de compras informa que o homem foi afastado pelo operador e que repudia o caso – veja abaixo posicionamentos.
Apurações
No registro da ocorrência consta que o suspeito, de 20 anos, teria alegado desconhecer a idade dos adolescentes, mas confirmou que ofereceu dinheiro aos dois e que manteve relação sexual com um deles, o mais novo. A polícia solicitou exames ao Instituto Médico Legal (IML).
Ainda segundo o registro, as mães dos adolescentes foram confrontar o funcionário do Las Vegas Circus, e a Polícia Militar e a segurança do shopping Parque das Bandeiras foram acionadas. As partes, depois disso, foram encaminhadas ao plantão.
A mãe de uma das vítimas relatou à polícia que o filho apareceu em casa com dinheiro, e que ao questioná-lo sobre a origem, o adolescente informou que havia recebido de uma pessoa que havia conhecido em um aplicativo de relacionamento.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que o caso “é investigado por meio de inquérito policial instaurado pela 2° Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas”, e que “diligências estão em andamento a fim de esclarecer os fatos”.
“O homem se apresentou de forma espontânea, foi ouvido e liberado, pois a prisão não se enquadrou em flagrante, conforme determina o artigo 302 do Código de Processo Penal. Mais detalhes serão preservados por tratar de crime sexual envolvendo menores de idade”, completa a nota.
O que dizem o circo e o shopping?
À EPTV, afiliada TV Globo, o advogado do circo alegou que não reconhece o homem apontado como autor do estupro como funcionário, que também não reconhecer as ações praticadas dentro do circo, e que apoia toda e qualquer investigação que venha a ser feita. A nota divulgada nesta segunda diz:
“Vimos informar que segue em investigação para apurar e responsabilizar o/os envolvidos com os últimos acontecimentos ocorridos e que estes estão sob a responsabilidade da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas. Cumpre esclarecer que ainda estamos consternados com o ocorrido e estamos sofrendo represálias de forma injustificada, visto que ainda existe uma investigação em andamento e o Circo não possui gerência e tão pouco responsabilidade pelos fatos mencionados, especialmente nas redes sociais. Salientamos novamente que não toleramos qualquer tipo de violência realizada contra quem quer que seja, muito menos de cunho sexual contra menores ou maiores de idade.”
O Parque das Bandeiras informou ainda, em nota, que tomou conhecimento da acusação, que o funcionário do circo foi afastado pelo operador e que repudia o comportamento narrado.
“O shopping esclarece que tomou conhecimento da acusação ocorrida em relação a um funcionário do Circo que foi imediatamente afastado de suas atividades pelo operador. A situação narrada não faz parte dos valores da empresa, que baseia a abordagem com o público, de forma geral, em ética, respeito e transparência. O empreendimento repudia veemente o comportamento narrado e segue à disposição das autoridades competentes para apoiar na condução do caso. Reitera ainda que, caso seja comprovada a acusação, espera que os responsáveis sejam identificamos e punidos na forma da lei.”