Brinquedos antigos vendiam mais? Uma comparação entre gerações de consumo infantil

Alexey Popov
Alexey Popov
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Lucio Winck analisa como o consumo infantil mudou e se os brinquedos antigos realmente vendiam mais.

De acordo com o CEO Lucio Winck, o comportamento de consumo infantil mudou drasticamente nas últimas décadas. Se antes o sucesso de um brinquedo dependia apenas da sua popularidade entre as crianças, hoje ele precisa disputar atenção com telas, algoritmos e novos hábitos de entretenimento. Essa transformação levanta uma dúvida curiosa: será que os brinquedos antigos vendiam mais do que os de hoje?

A comparação entre gerações mostra como a infância é moldada por fatores culturais, tecnológicos e sociais de determinada época. Com a chegada da era digital, o mercado teve que se reinventar, ao passo que apenas alguns brinquedos clássicos permaneceram vivos na memória afetiva de muitas famílias. Mas o que realmente mudou no consumo infantil ao longo dos anos?

Os brinquedos antigos tinham mais apelo entre as crianças?

Durante os anos 1980 e 1990, brinquedos como bonecos articulados, pistas de corrida, carrinhos e jogos de tabuleiro eram protagonistas nas prateleiras e nos comerciais de televisão. O CEO Lucio Winck destaca que a falta de concorrência com o mundo digital fazia com que esses produtos tivessem um impacto muito maior na rotina das crianças. Eles representavam lazer e simbolizavam status e desejo entre os colegas de escola.

Lucio Winck
Uma reflexão de Lucio Winck sobre o impacto da era digital nas vendas e no valor dos brinquedos infantis.

O apelo emocional na época era mais direto. Os lançamentos eram aguardados com ansiedade, os comerciais de TV marcavam presença em horários nobres e o marketing era quase todo voltado à fantasia. A criança vivia o brinquedo de forma mais intensa, com menos distrações. Isso fazia com que a durabilidade do interesse fosse maior e, consequentemente, impulsionasse as vendas por mais tempo.

O que mudou no comportamento de consumo das novas gerações?

A infância atual é atravessada por telas desde muito cedo. Tablets, smartphones e plataformas de vídeo competem diretamente com brinquedos físicos, transformando a forma como o brincar acontece. O CEO Lucio Winck ressalta que hoje as crianças têm acesso a uma oferta muito maior de estímulos, o que gera um consumo mais imediato, mas também mais volátil. A fidelidade a uma marca ou personagem se tornou mais difícil de manter.

Hoje em dia o mundo digital influencia totalmente o processo de aquisição. Muitas crianças conhecem novos produtos por meio de influenciadores ou vídeos de unboxing, em vez de catálogos, vitrines ou comerciais entre um desenho e outro na TV. Isso cria uma relação mais passageira com os brinquedos, que muitas vezes são substituídos rapidamente por novidades. A lógica da experiência deu lugar à lógica do conteúdo.

Os brinquedos de hoje vendem menos ou apenas de forma diferente?

Comparar as vendas diretamente pode ser injusto, já que os contextos são muito distintos. Nos anos 1990, havia menos produtos disponíveis, e as opções de lazer se concentravam no físico. Hoje, a concorrência é digital, e o próprio conceito de “brinquedo” se expandiu. O CEO Lucio Winck enfatiza que muitos produtos vendidos atualmente nem são mais vistos como brinquedos tradicionais, como jogos online ou aplicativos com funções lúdicas.

Apesar disso, os brinquedos atuais ainda têm grande mercado. O que muda é a estratégia: personalização, interatividade e conexão com o universo digital são fundamentais para conquistar o público infantil. Produtos que integram o físico ao digital, como bonecos que interagem com apps, ganham força. Assim, mesmo que o volume de vendas não siga o mesmo padrão do passado, o setor continua se reinventando com criatividade.

O que aprendemos ao olhar para trás?

Entender o passado do mercado de brinquedos ajuda a identificar as transformações da infância e a construir experiências mais significativas no presente. O CEO Lucio Winck destaca que, apesar da mudança de cenário, o desejo de brincar continua sendo um traço fundamental do desenvolvimento infantil. O desafio das marcas está em acompanhar esse desejo sem perder a essência do que é ser criança.

Autor: Alexey Popov

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