A roda de leitura é um dos momentos mais ricos na rotina escolar, pois une escuta, partilha, diálogo e imaginação. Quando o tema é o meio ambiente, essa atividade ganha ainda mais força como ferramenta de formação de valores e de consciência ecológica. Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, autora do livro Bichos Vermelhos e entendedora do assunto, acredita que o contato com histórias ambientais em rodas de leitura pode transformar a percepção das crianças sobre o planeta e seu papel na preservação da vida.
A leitura em grupo promove um espaço acolhedor, onde as crianças não apenas ouvem histórias, mas refletem, perguntam, imaginam e constroem sentido coletivo em torno de temas importantes — como a fauna ameaçada, a poluição, o desmatamento e o consumo consciente.
Por que realizar rodas de leitura com foco ambiental?
Incluir o meio ambiente nas rodas de leitura é uma forma de integrar conteúdos escolares com a formação ética e emocional dos alunos. Através das histórias, é possível abordar questões ecológicas de maneira acessível, despertando empatia pelos seres vivos e ampliando o repertório das crianças sobre a natureza.
De acordo com Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, livros como Bichos Vermelhos são ideais para esse tipo de atividade, pois unem conhecimento e sensibilidade. Ao apresentar os animais em risco com uma linguagem envolvente, a obra convida os leitores a refletirem sobre a responsabilidade de cuidar do planeta.
Como preparar uma roda de leitura sobre meio ambiente?
Para que a roda de leitura tenha um impacto significativo, é importante que o professor prepare o ambiente e a condução com intencionalidade. Algumas etapas fazem toda a diferença:
- Escolha do livro: opte por obras com linguagem apropriada à faixa etária, que tragam temas ambientais com sensibilidade e criatividade. Bichos Vermelhos é uma excelente escolha para turmas da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental.
- Ambientação: crie um espaço aconchegante, com elementos da natureza — como plantas, sementes ou imagens de animais — para estimular a curiosidade e conectar as crianças ao tema.
- Leitura expressiva: leia com entonação, pausas e envolvimento. Isso ajuda a captar a atenção das crianças e a tornar o momento mais significativo.
- Mediação ativa: após a leitura, conduza uma conversa aberta, com perguntas que estimulem o pensamento crítico e o diálogo afetivo. Questões como “O que você sentiu com essa história?” ou “Como podemos ajudar esses animais?” são bons pontos de partida.
Atividades complementares à roda de leitura
A roda de leitura não precisa terminar com o fechamento do livro. Pelo contrário, ela pode ser o ponto de partida para outras atividades interdisciplinares que aprofundem o tema. Algumas sugestões incluem:
- Produção de desenhos ou cartazes com os animais da história;
- Criação de um diário ecológico ilustrado, com registros das descobertas feitas em sala ou em passeios;
- Montagem de uma exposição com curiosidades sobre as espécies ameaçadas;
- Construção coletiva de compromissos ambientais que possam ser cumpridos no dia a dia da escola ou em casa.
Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, essas atividades ampliam o impacto da leitura, permitindo que as crianças expressem o que sentiram e transformem o conteúdo em atitudes concretas.
O papel do professor como mediador ecológico
O sucesso da roda de leitura depende, em grande parte, da sensibilidade do educador. Mais do que ler, é preciso ouvir as crianças, acolher suas emoções, valorizar suas perguntas e incentivá-las a pensar criticamente sobre o mundo em que vivem.
Conforme ressalta Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, o professor é um mediador entre a história e a vida. Quando conduz a leitura com empatia e propósito, ele ajuda os alunos a desenvolverem não apenas o gosto pelos livros, mas também o desejo de cuidar do que está à sua volta.
Conclusão: ler, refletir e transformar
A roda de leitura sobre meio ambiente é muito mais do que uma atividade pedagógica — é uma oportunidade de formar cidadãos conscientes, sensíveis e engajados. Ao ouvir histórias que valorizam a vida e discutem os desafios ambientais, as crianças ampliam sua visão de mundo e se tornam agentes de transformação.
Como defende Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, cada leitura é uma semente. E quando essa semente é plantada com afeto, reflexão e prática, ela floresce em atitudes que podem, de fato, mudar o futuro do nosso planeta.
Autor: Alexey Popov
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, sendo esta responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.
